Nós, em casa, na Alemanha, praticamos o OPOL (one parent one language). Talvez seja uma ideia de tema pra Pri escrever pra gente, não? Eu falo português e meu marido, alemão. Mas entre mim e meu marido é alemão. No texto anterior, comentei que o Oliver entrou na escolinha bem quando ele estava começando a falar e o português foi se perdendo aos poucos no vocabulário dele.
Mas eu sempre falei nossa língua com ele. Eu brinco com ele, eu canto aquelas musiquinhas antigas que minha mãe cantava pra mim… Até a gente vir passar essas férias no Brasil, ele me respondia e só falava em alemão. Dependendo do contexto, ele colocava alguma palavra em português, e entender ele sempre entendeu tudo o que eu falava.
Eu, sinceramente, nunca insisti para ele me responder em português. Não queria que ele desgostasse da língua. Sempre tive receio. Quando a nossa viagem ao Brasil começou a se aproximar, comecei a me questionar se o que eu tinha feito tinha sido o suficiente ou não. Fiquei bem apreensiva.
Outro dia li um texto muito bom no @diario_linguistico_bilingue sobre a romantização do bilinguismo e eu percebi que, há dois ou três anos, eu realmente romantizei o bilinguismo, mas quando comecei pra valer, vi que é um desafio diário. A gente tem que ter em mente o que quer passar para os nossos filhos e não desistir. Como a Cíntia desse perfil citado acima disse, é preciso ter esforço, consistência, dedicação, paciência e amor. Muito amor!
Como qualquer outra dúvida comum que aparece na maternidade – às vezes, você se questiona se está fazendo o correto -, surgiu para mim também a respeito do bilinguismo. Eu me perguntava: será que fiz pouco? Será que consegui fazer minha parte no português? Eu, como mãe, tentei fazer o meu melhor. Se eu poderia ter feito ainda melhor, eu não sei. Mas o que eu fiz até aqui foi o que eu achei que era o correto e ponto. E foi com amor. Muito amor.
Em um post futuro, vou falar um pouco sobre como está sendo o desenvolvimento do Oliver no português desde que chegamos no Brasil. 🙃