Serviço de utilidade pública! Rsrs Começamos hoje uma série de posts bem importante: vamos quebrar os maiores mitos sobre o bilinguismo! Infelizmente, são muitas as falsas crenças disseminadas a respeito desse tema – até mesmo entre professores, pedagogos e outros profissionais. Por isso, achamos necessário trazer conhecimentos empíricos para vocês, baseados nas pesquisas que inúmeros autores realizaram e têm realizado nos últimos anos. Ou seja: traremos verdades! Rsrs
Vamos começar, então! O primeiro mito dessa série é, talvez, o mais repetido por aí: o contato com duas línguas desde o nascimento pode trazer problemas para o desenvolvimento linguístico da criança e ela pode acabar não adquirindo bem uma das línguas ou até mesmo ambas. Bem, essa ideia não poderia estar mais equivocada.
O que os pesquisadores têm descoberto – podemos citar Flores & Melo-Pfeifer (2016), Gathercole (2007), Gathercole & Thomas (2009), entre outros – é que NADA de errado ou desviante acontece quando a mente humana entra em contato com duas línguas ao mesmo tempo desde o nascimento e que NENHUM problema linguístico resulta desse processo. Pelo contrário: as vantagens linguísticas, cognitivas e sociais serão inúmeras. Mas isso já é assunto para outra série.
O que pode ocorrer – e que assusta os pais de crianças bilíngues – é que, por ter suas interações sociais “divididas” entre duas línguas, a criança pode levar um tempo maior do que crianças monolíngues de sua mesma idade para chegar a um determinado nível de aquisição. Ou seja: uma criança que é exposta só ao inglês poderá começar a formar frases mais cedo que uma criança exposta ao inglês e ao português, por exemplo.
E é nesse momento que os pais, desesperados com a possibilidade de seu filho ou filha “ficar para trás”, cometem um grande (e muitas vezes irreparável) erro: desistem do bilinguismo e passam ambos a conversar em uma mesma língua com a criança. Junto com a oportunidade de crescer bilíngue e usufruir dos inúmeros benefícios que isso proporciona, vão embora elementos culturais, identitários, sociais, todo um mundo de símbolos, dos quais a criança será privada única e exclusivamente devido a crenças infundadas dos pais e, muitas vezes, devido a pressões de terceiros. Uma pena enorme, não? Mas é por essas e outras que estamos aqui!
Na próxima semana, a série continua! Outro mito será quebrado! Não percam.